" A bandeira verdadeira,
estandarte do meu povo,
deve revelar a dor
mal guardada na memória
e expor sem ter pudor
a cor do sangue inocente
derramado injustamente
no percurso da História"
Bandeira/Estandarte,
poema de Carlos Medeiros melodiado por Gilberto Oliveira
Quando, no calor da hora, as jornadas brasileiras de junho de 2013 foram objeto de reflexões à esquerda do pensamento político, em meio ao espanto e ao encanto - há 20 anos o país não via aquilo -alguns já alertavam que a corrente humana em andamento não tinha ainda uma direção. Que os caminhos estavam abertos e poderiam levar a um ou a outro futuro.Que era preciso prestar atenção. Aquele novo insinuado não revelava contornos definidos e sua cor era difusa. Faltava-lhe traço forte e um colorido mais nítido.
A esquerda, dividida entre os que "estavam na institucionalidade" e os que "estavam no movimento", não soube fazer seu desenho nem dar-lhe a cor necessária. Passada a tempestade imediata, continuou "tocando a vida". As jornadas não foram aproveitadas na luta pela transformação da realidade.
A partir de então, o caminho forjado pelo capital foi ficando cada vez mais largo. Iluminado pela manipulação midiática e judiciária, se ofereceu às mais diversas camadas da sociedade como o único não só possível como desejável. E as multidões foram ficando cada vez mais caricatas, mais brancas e amarelinhas. Nos trouxeram a 2020.
Por isso a importância de lembrar 2013. Por sua atualidade.
Para que não seja exemplo, seja lição.
Para que cada voto hoje buscado, seja para a direção do Movimento ou para a ocupação de espaços institucionais, traga consigo a consciência da beira do abismo e o compromisso com a luta para impedir a queda. Luta esta que será de classes ou não será luta alguma.
SUGESTÃO DE LEITURA: "As Lutas de Classe na França", texto redigido por MARX em 1850 e, por sua lucidez, ainda fundamental para a compreensão da realidade social.
MARIA
Nenhum comentário:
Postar um comentário