sexta-feira, 14 de outubro de 2022

AMANHÃ, 15 DE OUTUBRO

 
Cara(o)  Colega

Amanhã é "nosso" dia. O dia que nos dedicam para tentar esconder os outros trezentos e sessenta e  quatro em que nos desrespeitam, nos exploram, nos tiram o ar de respirar, nos abusam, nos calam de cansaço e de desesperança. E, sobretudo, nos colonizam a consciência. De classe.
Neste tempo em que estamos mergulhados, inegavelmente trágico, já há quem diga, e comemore, que a sociedade não precisa mais das professoras e dos professores. Máquinas robotizadas poderão, em breve, dar conta do recado. Enquanto não chegam, trabalhadoras e trabalhadores sobrecarregados  devem seguir domesticando as gerações que chegam, fazendo-as ajoelhar frente ao deus-mercado. Inquestionável porque deus.
Hoje, em nossa terra, a fome corre solta. A riqueza continua concentrada nas mãos de muito poucos. O adoecimento físico e mental alastra-se. A precarização do trabalho está posta por todo lado. A brutalidade da intolerância com o ser do outro propaga-se como rastilho de pólvora. Mas, segundo os donos do poder econômico e do poder "moral", o maior de todos os problemas somos nós, que "deformamos" criancinhas  Não é brinquedo não. È a realidade.
Atordoadas (os) por esse turbilhão de ataques cotidianos, cambaleamos muitas vezes. Nos recolhemos, nos encolhemos, nos apagamos. Fechamos os olhos e fingimos um encanto que não temos mais. Alguns até pensam que já éramos. Não sabem que ainda somos.
Uma vez por ano nos tiram do borralho e nos levam a dançar. E, cada vez que aceitamos a música, as flores ou os bombons, a festa continua sendo só deles.
Como interromper a queda? Como sair da corda? Como inverter o jogo?  Como mostrar que ainda somos?
Este o conteúdo a aprender e ensinar. Estas as perguntas que precisam ser feitas. Estes os  problemas  a serem solucionados. Este o saber necessário que precisa ser espalhado. Esta a luta a lutar.  Nos espaços que são nossos. A sala de aula, o pátio, o corredor, a rua, a praça pública. 
Amanhã, nosso dia, vem dar tua aula na rua. Traz teu sino para anunciar que chegaste. Vem dizer que é possível uma realidade melhor. Porque já foi. E tu sabes disso . Vem dizer  porque preferes os livros do que as armas. Vem encontrar os estudantes para que eles vejam de que lado estás. Vem gritar o nome do teu voto. Vem abrir espaço para que o futuro exista. Preparar a festa. Nossa.

                                                                                  MARIA


                                                                                                              

domingo, 2 de outubro de 2022

BOM DIA CAMARADAS

Domingo, 2 de outubro de 2022.
O amanhecer bem cinza contrastando com o vermelho que carrego dentro.
Hoje vou ao voto.
Vou porque quero. Vou porque sei.
A lei diz que estou "livre". Por antiguidade.
Pois é livre que vou.
De novo, uma primeira vez.
Agora, a primeira vez da liberdade.
Vou pelos índios.
Vou por Bruno Pereira, irmão deles.
Vou pelos famintos de pão e de ar.
Vou por nós, da humanidade.
Vou, porque há um calor que pelo corpo sobe.
E não vou sozinha.
                                                    Bom dia Camaradas
                                                    AMOR LIVRE SEMPRE!