sexta-feira, 14 de setembro de 2018

A CONSCIÊNCIA NECESSÁRIA

MARCAS DA CONJUNTURA MUNDIAL NOS TEMPOS QUE CORREM
-Fase da acumulação flexível do capital transformando-se em rentismo puro e simples
-Precarização do trabalho transformando-se em desemprego estrutural
-Reestruturação do Estado Nacional para colocá-lo "inteiramente" a serviço desse capital (flexível e rentista):
*Privatização do patrimônio público (entrega, não venda)
*Regressão na legislação trabalhista e social
*Diminuição da oferta de serviços públicos
*MÍNIMO para políticas públicas, MÁXIMO para o interesse capitalista
-Concentração da renda crescendo em níveis alarmantes (1% cada vez mais rico, 99% cada vez mais pobres)
-Predação do planeta também acentuando-se de forma alarmante
-Manipulação ideológica eficientíssima porque amplificada ao extremo (pela TV ABERTA e pelas REDES SOCIAIS):
*Endeusamento da tecnologia, da mercadoria e da meritocracia
*Era de mediocridade intelectual travestida de era do conhecimento (no Brasil, 80% da população não entende o que lê)
*Demonização da política
-Recrudescimento do fascismo social em suas mais diversas expressões:
*Machismo
*LGBTfobia
*Racismo
*Intolerância religiosa
*Regressão científica
*Crueldade com o diferente
*Justiça com as próprias mãos
*Bestialidade avolumada

O MUNDO DO TRABALHO NESSA REALIDADE
-Desaparecimento do emprego e dos direitos trabalhistas
-Recrudescimento da exploração patronal (a dominância do pensamento fascista ampara este ataque)
-Perda da identidade de classe (todo mundo "se acha" classe média)
-Crescimento assustador das doenças do trabalho:
*Depressão
*Exaustão
*Somatização do desalento
-Desaparecimento (ou precarização, ou adaptação) de um grande número de profissões (entre elas o magistério)

O REFERENCIAL TEÓRICO DOS CAPITALISTAS CONTEMPORÂNEOS
"O mercado é o suficiente para que a liberdade individual exista. Por isso, ele (mercado) deve ser protegido da tirania das maiorias. O cidadão, através do voto universal, decide sobre bens que não são seus. Os eleitores devem ser apenas aqueles que comprovadamente sejam proprietários dos meios de produção ou do capital bancário. Um liberal não deve prezar a democracia, que lhe rouba seu maior privilégio - o poder de decisão."    FRIEDRICH HAYEK, in "Fundamentos da Liberdade", 1983 
Prêmio Nobel de Economia, 1974 (referenciado mundialmente como um dos "pais" do neoliberalismo)

FRENTE A UM CENÁRIO ASSIM CONSTITUÍDO, QUAL A CONSCIÊNCIA NECESSÁRIA AOS QUE RESISTEM?
TALVEZ  A  DA  BEIRA  DO ABISMO...

MARIA



quinta-feira, 13 de setembro de 2018

PARA QUE SERVE UMA PROFESSORA?

Na Modernidade, a sociedade entregou a tarefa de "educar formalmente" ao Colégio porque o mundo do trabalho assim o exigia. O modo de produzir a riqueza que então nascia (esse monstro que hoje chamamos capitalismo) precisava da escolarização de muitos. O mundo que surgia, com inéditas e complexas relações entre os humanos, só poderia consolidar-se com gerações "escolarizadas". Por isso, o Colégio. Aliás, dois colégios.
Um para os filhos da elite econômica, que precisavam aprender a mandar nessa nova conjuntura, onde os escravos receberiam "salário", aprendendo também a justificar teoricamente a exploração de humanos por humanos. Outro, para os filhos da classe trabalhadora, que precisavam aprender a ler os manuais de instrução e entender que no tal "mundo novo" o exigido era a velha obediência de sempre. Dois objetivos completamente distintos - ensinar a mandar (para alguns) e ensinar a obedecer (para a grande maioria) - dentro de um mesmo modelo institucional - um "templo"... do saber.
Para dar conta de tão significativa tarefa, contribuindo para a manutenção da ordem estabelecida, surgiu a profissão docente, inicialmente destinada a homens, de preferência ligados ao clero.
Séculos se passaram até que se chegasse à escola pública, aos professores e professoras leigos, às meninas nos bancos escolares, mas a função do Colégio permaneceu a mesma por todo o século XX.
Neste espaço, professoras e professores, que sendo trabalhadores, deveriam parecer missionários.Talvez com a mais pesada carga profissional entre todas - a de não sendo elite, representá-la, servi-la, reforçá-la. Para que a carregassem, algumas providências foram tomadas: uma formação teórica rasteira, um status de "salvadores", um dia "pra" chamar de seu, um salário miserável e a construção do mito da neutralidade educacional.
Esta realidade só continua não sendo percebida por causa da cegueira ideológica em que estão mergulhados os humanos contemporâneos. Contrapontos, rebeldias, experiências diferenciadas, com certeza existem. São exceções que só confirmam a regra. Mesmo a consciência política, que nas últimas décadas a luta sindical proporcionou a essas professoras e professores,  não conseguiu transformar-se em componente curricular. Por que será?

MARIA