terça-feira, 2 de janeiro de 2018

A ESPERANÇA EQUILIBRISTA

"Sei que uma dor assim pungente
 Não há de ser inutilmente
 A esperança dança
 Na corda bamba de sombrinha"
Aldir Blanc e João Bosco


Em 2017, o golpe continuou golpeando. De todos os lados. De todos os jeitos. Bateu forte e bateu muito. Fez o que pôde para apagar a luz, semear o medo, forjar a opinião, distorcer a realidade. Roubou, reprimiu, censurou, matou. A opressão foi concreta, a violência foi brutal, a perversão foi gigante.
No comando do horror, uma máfia vestindo toga, uma confederação de bandidos engravatados e uma mídia televisiva sugadora de consciências. Todos a serviço do capital. E tendo por escolta um renascido bando de jagunços da "federal" que, com "braço forte", tentou jogar no chão uma teimosa esperança equilibrista.
Sua fúria demolidora violou muitas vezes a Constituição, atropelou direitos humanos, vendeu o pré-sal, esfacelou programas sociais, promoveu um desmanche trabalhista, criminalizou a luta política e o pensar diferente.
Sobretudo, anunciou a morte em vida do homem/símbolo disso tudo. O homem, que colocando os pobres no orçamento, colocou-os também em empregos com carteira assinada,em cursos técnicos, nas universidades, na casa própria, nos aeroportos... Foi ele apontado como o comandante máximo de todos os mal-feitos praticados no Brasil, quiçá no mundo. Não somente a partir de 2003, mas desde sempre. 
Sem sequer uma prova dos crimes que lhe imputam, porém com "fortíssima" convicção, a juristocracia golpista tentou desconstruir Luís Inácio a qualquer custo. O processo que o condenou em primeira instância teve a forma de um processo judicial, todavia seu conteúdo foi o de uma indisfarçável perseguição, só própria dos tribunais de exceção.
Para combater tal retrocesso civilizatório, muitas barricadas foram erguidas. No entanto, o ataque avassalador  do projeto neoliberal não foi contido. Ficou-se aquém do necessário para que "não passasse". Os "quarenta milhões"  não vieram. Pareciam não ter consciência do abismo a tragá-los. Apesar disso, mandaram seu recado através das pesquisas de opinião. Num crescendo, o nome de LULA foi sendo indicado por estas maiorias silenciosas para representá-las, de novo, como Presidente da  República. O ano terminou com ele em primeiríssimo lugar na preferência popular, segundo todos os pesquisadores.
Agora é preciso que se espalhe ao vento que isto não basta. Para que seja votado é preciso que possa ser candidato. Forças poderosas serão desencadeadas para que tal não aconteça. Há que enfrentá-las nas ruas. E mesmo que esta primeira batalha seja vencida, logo haverá uma outra: garantir que as eleições aconteçam. E mais outra... E outra...
Então, depois de tanto embate, talvez 2018 ensine ao povo que o salvador é ele mesmo, quando levanta e luta.
MARIA




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