terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A Literatura e o poder de imaginar

Há algum tempo (junho de 2012), o Prof. Luís Augusto Fischer publicou um texto com o título "Homo Fictus" (o homem contador de histórias). Nele faz considerações valiosas sobre a prática humana de conceber e contar histórias. Oferece-nos, ainda, uma pequena/grande amostra da tese sobre o tema defendida pelo também professor de Literatura Johnathan Gottschal em seu livro "O Animal Contador de Histórias - como a Ficção nos Torna Humanos", inserindo, entre as suas, as palavras do autor na apresentação da citada obra:

"Este livro é sobre o Primata Homo Fictus, o grande símio contador de histórias.
...Ficção é para os humanos como a água é para os peixes, envolvente e pouco perceptível. Enquanto seu corpo está fixado em um ponto particular do espaço-tempo, sua mente é livre para voar por terras de faz de conta. E consegue."

Tanto Gottschal quanto Fischer, nos levam a olhar a Literatura (enquanto conjunto de obras ficcionais) de um ângulo pouco explorado pelo senso comum. É habitual a afirmativa de que a audição ou a leitura de narrativas de ficção "despertam" a imaginação (para muitos, inclusive uma inutilidade), oportunizando, ao sujeito que ouve ou lê uma obra literária, aprazíveis instantes de lazer, numa fuga momentânea da realidade circundante. Fato incontestável.
Entretanto, não é tão costumeiro que se vá adiante e se faça a defesa da imaginação como impulsionadora do movimento histórico, apontando-se a obra de ficção como potencializadora de um "crescimento imaginativo" - a imaginação criadora do autor como ponto de partida para um possível ato criador daquele que ouve ou lê e... imagina.
Pensando assim, é possível concluir que este potencial imaginativo, encadeado como corrente elétrica, ampliando horizontes, saltando cercas, desenhando casas colorindo o mundo, tem gerado junto com a necessidade e a consciência da necessidade, ao longo do tempo histórico, todas as revoluções: científicas, culturais, políticas e sociais.
Maria

Algumas preciosidades literárias



Nenhum comentário:

Postar um comentário