sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A volta de Hugo Chávez e a ira da Rede Globo


"Os incas se levantaram. Os aymarás também. Tupac voltou em forma de milhões." 
Hugo Chávez (no Fórum Social Mundial, em Caracas, 2006)

O que se tem visto na Venezuela desde abril de 2002 (quando então uma tentativa de golpe orquestrada pela oposição capitalista, apoiada pelos EUA e, no Brasil, defendida operacionalmente pela Rede Globo, tentou a volta ao poder de Estado e foi derrotada) é o crescimento dos movimentos populares posicionados a favor do processo histórico desencadeado a partir da campanha que elegeu Chávez Presidente da Venezuela pela primeira vez, em 1998. Este processo, que eles denominam Revolução Bolivariana, pode ainda não ser "aquela" Revolução, mas talvez seja sua semente. Porque está "aprendendo a fazer, fazendo" e "aprendendo a ser, sendo". Me darão razão os professores. (Será?)
Tem ele enormes avanços na direção de uma democracia popular, mais do que legal, legítima. A primeira ação política de Chávez, ao assumir em 1999, foi um decreto convocando uma Consulta Popular para saber se o povo queria modificar a Constituição. E o povo quis.
A nova Constituição aumentou de forma inédita na América Latina aquela velha divisão dos poderes de Estado (tão conhecida dos brasileiros). Além dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, a Venezuela passou a ter também os Poderes Eleitoral e Cidadão, inegavelmente instâncias de poder favoráveis às maiorias e poderosos instrumentos populares para a luta de classes pela redistribuição da riqueza. 
Para onde está seguindo o povo venezuelano? Eles dizem estar indo em direção ao poder legítimo, muito além do poder legal.
Por isso, impossível calar: 
BEM-VINDO, CHÁVEZ!
FORA REDE GLOBO!

(A Medicina de Cuba é boa, não? A Yoani Sánchez não acha, mas o povo da Venezuela acha).



Sugestão de Leitura: 

O Marxismo na América Latina (uma antologia de 1909 aos dias atuais)

Michael Löwy, organizador.
Fundação Perseu Abramo, 3ª edição, 2012.



Obra fundamental para conhecer uma versão da História Latino-americana contada, porque vivida, por aqueles que, ao longo do século XX, lutaram pela emancipação dos trabalhadores do campo e da cidade em nosso continente.
O que pensavam? O que fizeram? 
Quais os caminhos escolhidos? Quais foram os impostos?
Quais os erros? E os acertos?
Um resgate das trilhas e rastros deixados por revolucionários do século XX, antes que se apaguem. Para compreender e, então, seguir adiante... construindo as trilhas exigidas pelo tempo presente.
Boa leitura!
Maria

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