quinta-feira, 16 de abril de 2015

EM DEFESA DA LIBERDADE... DE SER

Não costuma haver dúvidas quanto à localização dos chamados regimes políticos fascistas no espaço/tempo do mundo contemporâneo. É consenso identificar como tais, a Itália de Mussolini, a Alemanha de Hitler, a União Soviética de Stalin, o Portugal de Salazar e a Espanha de Franco, além de alguns governos "simpatizantes" na América do Sul, durante a primeira metade do século XX. Entre tantas lideranças de peso, Mussolini é quem leva o título de pioneiro. Foi ele, inclusive, quem escolheu o nome, hoje pejorativo. Que retirou de "fascio" - feixe em italiano, mas machado em latim (uma arma romana). Os demais nunca assim se autodenominaram, foram denominados "de fora".
No entanto, o termo fascismo extrapola o significado de regime político totalitário que lhe é comumente atribuído. Significa também, sociologicamente falando, uma forma de pensar e de agir, de ver e de sentir o mundo, marcada pela intransigência e embasada no irracionalismo. Pode ser encontrado em indivíduos ou em grupos de qualquer sociedade dita civilizada. É o chamado fascismo social. São percebidas manifestações suas desde a Antiguidade, onde o desenvolvimento filosófico embasado na razão foi violentamente contestado por grupos que só aceitavam a tradição mitológica.
Esta chaga é constituída por um amplo leque de peculiaridades, às vezes contraditórias entre si e presentes em outros tipos de fanatismo. Elas apresentam-se na forma de hábitos culturais, princípios morais ou preceitos religiosos. Encontram-se tão arraigadas na vida comunitária que se tornam praticamente invisíveis. E esta invisibilidade é sua maior arma. Assim como os parasitas sugam seu hospedeiro, avançam sobre a sociedade que as alimenta sem perceber.
Entre suas marcas mais fortes está o culto à tradição - uma verdade qualquer já foi anunciada de uma vez por todas em algum momento do passado e não pode ser contestada em hipótese alguma. Aqui a origem da discriminação, do preconceito, da xenofobia, da impossibilidade de diálogo, da violência contra o diferente, da "justiça" pelas próprias mãos.
Portador de grande debilidade filosófica, destituído de qualquer teoria, o fascismo social possui apenas retórica e acentua-se em momentos de crise econômica ou instabilidade política, encontrando na confusão ideológica do presente um campo fértil para sua expansão.
Um currículo escolar que defenda a justiça social, a democracia política e a liberdade de ser, precisa necessariamente combate-lo, apontando o dedo para cada uma de suas formas ANTES que nossas crianças e jovens sejam por ele contagiadas. Depois,fica mais difícil...
                                                                                                                       
                                                                                                                           MARIA  

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