sexta-feira, 26 de junho de 2020

POR QUE MENTE O DEPUTADO?






O  vírus avança assustadoramente. Pelos discursos, todos parecem combatê-lo. Mas, como disse alguém, se estamos na mesma tempestade, não estamos no mesmo barco - milhões a enfrentam em botes enquanto meia dúzia a navega em transatlânticos.
A medicina, as estatísticas, a inteligência, o bom senso, nos dizem que há duas formas de combater a COVID-19 e que as chances de derrotá-la crescem quando as duas se entrelaçam.
O bom atendimento médico, quando as pessoas já estão adoecidas,
é uma delas. A outra é o distanciamento social, que previne o adoecimento. Sem a segunda, muito pouco pode a primeira. Porque na falta de prevenção, acentua-se significativamente a sobrecarga do sistema de saúde, que precisa responder com leitos, insumos e profissionais em quantidade cada vez maior. Portanto, a defesa desse  distanciamento é a tarefa primeira de todas e todos que se afirmam representantes dos que estão nos botes.  Quem tem à disposição um microfone ou uma tribuna, tem hoje obrigação de esclarecer a opinião pública. 
Vivendo o país há 4 anos sob os efeitos de um Golpe de Estado que serviu para tirar da classe trabalhadora as garantias constitucionais que tinha, entregar de bandeja ao grande capital as riquezas nacionais e destruir os sistemas públicos de educação e saúde, o que se vê é o  "descaso" criminoso das autoridades federais tanto com uma quanto com a outra forma de combate ao vírus - verbas aprovadas pelo Congresso Nacional para o combate à pandemia continuam retidas na sacola de Paulo Guedes, falas de estímulo à aglomerações humanas são repetidas cotidianamente pelo sujeito - monstro que ocupa o Palácio do Planalto.
No Rio Grande do Sul, o governo PSDB/PTB, apoiador do golpe de Estado e do projeto ultraliberal que governa o Brasil, adota critérios estranhos na distribuição das verbas que devem subsidiar os municípios no combate á doença. É exemplo dessa estranheza a região sul do Estado. Enquanto Pelotas recebe 13 milhões de reais, Rio Grande recebe 900 mil. Será que seus aliados podem explicar aos trabalhadores rio-grandinos o motivo de tão gritante diferença?
Talvez o deputado estadual do MDB, representante da região na Assembléia Legislativa, cabo eleitoral de Bolsonaro em 2018, membro da base aliada de Eduardo Leite, saiba a resposta.
Talvez por sabê-la é que fique "pedindo" à Secretaria de Saúde do Estado o que não precisa ser "pedido" - o simples e óbvio cumprimento de um dever constitucional.
No dia 6 de maio, o referido deputado "garganteou" em suas redes sociais que tinha "conseguido" 10 leitos de UTI para Rio Grande. No dia 21 do mesmo mês, repetiu o discurso. Passados  50 dias da primeira declaração e com mais 163 casos e 2 óbitos confirmados na cidade, até agora não chegaram os tais leitos, responsabilidade do governo estadual e não "favor" prestado ao povo por um deputado.
Diz este senhor ter imensa preocupação com os trabalhadores rio-grandinos. Mas mente, o deputado. Sua preocupação é com a elite econômica ,  unicamente. Se assim não fosse, estaria "pedindo" a seu povo que ficasse em casa. Estaria , na tribuna do Legislativo  Estadual, exigindo publicamente que o governador cumprisse sua obrigação. Estaria, ainda, sugerindo aos vereadores do seu Partido e dos Partidos a ele aliados que não atrapalhassem, com emendas demagógicas e inconstitucionais, a contratação de profissionais de saúde para a cidade que representa. Em um momento histórico tão difícil como o que vivemos.
Precisa saber, ainda, o Sr. Deputado, e todos os seus aliados no Parlamento Rio-grandino, que o povo não é bobo. E VAI MOSTRAR.

                                                        MARIA

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