" ...
E agora José?
A luz apagou,
o povo sumiu.
E agora você?
O riso não veio,
não veio a utopia.
E agora José?
José para onde?
...
Carlos D. de Andrade "
Neste XXI, sem dúvida, a luta maior da humanidade será a luta pela chance de um futuro em que a vida permaneça . Para que o tempo presente não seja o tempo do fim. Para que seja possível de novo ver uma luz no fim do túnel.
No entanto, só abrir os olhos não vai resolver para voltar a enxergá-la. Porque o túnel construído por tantos, ao longo dos séculos XIX e XX, foi desabado pele cobiça neoliberal da atualidade e, desse modo, está impedida a visão de qualquer saída. Para vê-la outra vez, será preciso cavar um novo túnel, colocar as mãos no barro para remover o entulho e reconstruir o caminho da luta. E quando o caminho renovado começar a se abrir, será indispensável usar os pés para seguir em marcha.
Mas mesmo com os olhos atentos, as mãos na massa e os pés em marcha, será imprescindível também uma argila agregadora que garanta a unidade deste corpo coletivo que pensa e faz. Pode ser chamada de consciência tal argila, aquele saber que sabemos ter, aquele conhecimento da realidade, aquela sensação de pertencimento a uma fração social. E, para além da consciência da necessidade, a consciência da possibilidade, se....
È ousado e arriscado abrir os olhos, oferecer as mãos para limpar o terreno, colocar-se de novo na estrada, ter consciência da urgência em reforçar a luta. MAS É NA LUTA QUE HOJE MORA O FUTURO.
MARIA
CONTINUANDO...
Neste abril de 2025, as trabalhadoras e os trabalhadores da rede estadual de educação pública do RS estão sendo chamados, de novo, a participar desta luta pela dignidade perdida, pela existência, pela possibilidade de futuro.
Que os corpos se pintem "pra guerra". Como se fazia na tribo. Porque é de tribo que a luta precisa, não de "valentes" solitários nas esquinas.
O projeto político hoje em andamento no RS, em todas as áreas sociais, não só no campo da educação, é, na íntegra, o projeto capitalista neoliberal hegemônico mundialmente. O mais perverso já colocado em prática, planetariamente. Embora não pareça. Justamente porque não parece. Usa uma máscara, bem bonita, de bom moço.
Para vencê-lo, não basta "o povo trabalhador da educação". Será imprescindível chamar também os estudantes. E as mães. E os movimentos sociais populares.
Porque, como está escrito naquele muro, "além de não ser fácil, ainda é difícil."
Boa luta.
Para os que ousarem subverter a ordem.
Para os que pintarem e bordarem o futuro.
MARIA
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