sexta-feira, 22 de maio de 2020

UM ALÔ PRA JUVENTUDE DE TODAS AS IDADES

Meus queridos, queridas e querides

Escrevo porque tenho saudades. Dos abraços e dos beijos. Dos olhos nos olhos. Do calor dos corpos. Das vozes no vento. Da balbúrdia a cada encontro.
Daqui do meu canto, ao som do mar que o vento me sopra,continuo pregando a rebeldia. E que rebeldia é esta exigida pelos tempos?
Ora, bem sei que o distanciamento físico é, no momento, a condição primeira para que se possa voltar um dia desses à festa cotidiana que a vida pode e deve ser, apesar dos pesares. Então, respeitá-lo é hoje a expressão maior de rebeldia. Que não nos falte rebeldia, pois. Contra o capital. Que nos quer aglomerados e indiferentes às filas dos sem-renda, ao medo dos sem-teto, ao desamparo dos índios, à insegurança dos que estão trabalhando nas ruas. Que nos quer submissos ao "espírito da época" - personalista, exibicionista, consumista e oportunista.
Todavia, mesmo isolados, podemos, devemos e queremos continuar falando, cantando, dizendo poesias, aprendendo e ensinando. Pelas "redes". Pois é.
Essas "redes" que tantas vezes vocês tentaram me convencer a usar e nunca conseguiram. Nessas "redes" em que continuo enxergando profundas insuficiências e graves distorções da realidade. Mas em que estou aprendendo a transitar. Porque é preciso. E, quando é preciso, se faz.
Agora tenho whats, participo de lives, o "Andarilho" está no facebook. O até aqui inimaginável invadiu minha realidade. 
Daqui do sul do mundo, mesmo sem poder mergulhar os pés nas águas geladas do  Atlântico ( a praia está interditada em nome da vida), continuo espalhando panfletos nesse oceano virtual, como se fossem mensagens em garrafas lançadas ao mar. Alguém pode encontrar, quiçá lhe sejam úteis. Assim, terei feito das palavras da  professora um instrumento de luta por um mundo melhor e mais feliz.
Mandem notícias. Visitem o "mariabonitadosul.blogspot.com". Contem dos medos e dos sonhos. Escrevam versos. Desenhem a hora. Chorem pelos que estão morrendo. Pensem nos que estão nascendo. Sejam valentes. Não vendam a consciência. Não se transformem "neles".
E, sobretudo, busquem dentro do peito os instantes mais belos que viveram e não precisaram de fotos ou de vídeos para ficarem na memória. São os mais valiosos e os que mais dão força para seguir adiante.
                          Beijos, Maria
                          AMOR LIVRE SEMPRE!

EM TEMPO: Livrinho imperdível - "IDÉIAS PARA ADIAR O FIM DO MUNDO", 2019, Ailton Krenak, um índio brasileiro, um mestre que vale a pena seguir.
            

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